Critica Literaria
 
O Silencio da Chuva - Cia de Bolso   

O Silencio da Chuva - Cia de Bolso


Luiz Alfredo Garcia Roza

Companhia de Bolso 2005.
ISBN 9788535907520







Descrição da editora

No centro do Rio de Janeiro um executivo é encontrado morto com um tiro, sentado ao volante de seu carro. Além do tiro, único e definitivo, não há outros sinais de violência. É um morto de indiscutível compostura. Mas isso não ajuda: ninguém viu nada, ninguém ouviu nada.O policial encarregado do caso, inspetor Espinosa, costuma refletir sobre a vida (e a morte) olhando o mar sentado em um banco da praça Mauá.

No momento tem muito sobre o que refletir. De um lado, um morto surgido num edifício-garagem; de outro, a incessante multiplicação de protagonistas do drama. Tudo se complica quando ocorre outro assassinato e pessoas começam a sumir



Mais livros de Luiz Alfredo Garcia Roza

Livros semelhantes

Bia Nunes de Sousa Bia Nunes de Sousa Nosso homem no Peixoto   (Classificação 5 de 5)

O que dizer de um livro policial cujo crime principal não é propriamente um crime? De uma história em que nós, leitores, somos os únicos a saber que não houve assassinato algum? Como é possível que o autor revele, nos primeiros quatro parágrafos do livro, como realmente se deu a morte de um dos personagens, que desencadeia a ação? Dir-se-ia que o livro é um lixo, e o autor, um louco. Ambas as deduções não poderiam estar mais longe da verdade, tão longe que fariam cair o cachimbo de Sherlock Holmes ou despentear o bigode de Hercule Poirot.

Louco, não se pode afirmar que o autor o é, embora deva ter testemunhado sua cota de transtornos psicológicos durante a carreira de psicanalista. E lixo é o último adjetivo que se deve atribuir ao excepcional O Silêncio da Chuva, de Luiz Alfredo Garcia-Roza.

É a opção pelo foco narrativo em terceira pessoa, o tal narrador onisciente, que permite que Garcia-Roza consiga a proeza de contar o final do livro antes mesmo de começá-lo. A ousadia, que a princípio deixa o leitor desconfiado (“Mas de que raios vai tratar as duzentas e tantas páginas restantes se logo na primeira página já fico sabendo de tudo o que acontece?” – pergunta-se o leitor incauto), é apenas um indício da excelente verve literária que Garcia-Roza possui e que fica comprovada a medida que avançamos na leitura do livro.

Na tradição dos romances policiais clássicos, Garcia-Roza cria um detetive que, embora seja protagonista de pelo menos mais cinco livros até agora, é muito bem caracterizado neste primeiro livro. Espinosa é um personagem cativante, fora dos padrões comumente estabelecidos para a polícia na ficção, principalmente na cinematográfica, com quem a literatura policial mais que flerta. O policial brasileiro criado por Garcia-Roza tem um quê de Montalbano, do italiano Andrea Camilleri, e outro de Jules Maigret, do prolífero belga Simenon, e escapa felizmente do estereótipo de truculento e durão estabelecido por personagens clássicos do noir americano, como Sam Spade e Phillip Marlowe (a bem da verdade, nem Spade nem Marlowe eram membros da polícia, mas acho que a comparação ainda vale).

De classe média, Espinosa divide com os colegas europeus não só o cargo de inspetor e o apreço por atividades um pouco mais refinadas como leitura e gastronomia, mas principalmente o raciocínio ordeiro e sutil de que se utiliza para desvendar os crimes. Nem o brasileiro nem os europeus possuem inteligência extraordinária, nenhum deles é uma máquina de raciocinar. Ao contrário, são homens comuns, que cometem erros, pagam contas, têm dor de cabeça, se apaixonam e, ao mesmo tempo, são profissionais muito competentes.

O espaço das andanças de Espinosa é o centro do Rio de Janeiro, o que confere um charme todo especial ao livro. Ajuda na composição do cenário o fato de Espinosa morar no bairro Peixoto, um punhado de ruas embutido entre Copacabana e a montanha, excêntrico por si só.

Garcia-Roza e seu inspetor Espinosa são uma das melhores representações da literatura policial brasileira. Com uma escrita direta, sem rebuscamento, O Silêncio da Chuva é leitura obrigatória, um clássico contemporâneo, por assim dizer.
(O Silencio da Chuva)





Faça uma crítica literária

Escreva uma crítica literária e partilhe as suas impressões. Concentre-se no conteúdo do livro. Leia as nossas instruções para mais informação.

O Silencio da Chuva



A sua classificação:  1 2 3 4 5

Escreve um título na sua crítica literária (pelo menos 2 palavras):



Escreva a sua crítica no espaço em baixo (no máximo 1000 palavras):



O idioma da crítica: 

O seu nome (opcional):



O seu e-mail (Não se mostra, usa-se sómente para confirmação):







O Silencio da Chuva - Cia de Bolso A sua crítica literária aparecerá dentro de cinco a sete dias úteis.

O Silencio da Chuva - Cia de Bolso As críticas literárias que não seguirem as nossas instruções não aparecerão







Critica Literaria » O Silencio da Chuva - Cia de Bolso
O Silencio da Chuva - Cia de Bolso
O Silencio da Chuva - Cia de Bolso
  
Categorias

Arte e Música

Casa e Jardim

Ciencia e Técnica

Computadores e Internet

Cultura e Entretenimento

Ensino e Pedagogia

Finanças e Economia

Gastronomia

História e Bibliografias

Literatura

Natureza e Ecologia

Profissionais e Universitários

Refêrencia

Religião e Filosofia

Saúde e Bem-Estar

Viagens e Desporto





Critica Literaria | Ajuda e suporte | Sobre nós


Bokrecensioner Boganmeldelser Bokanmeldelser Kirja-arvostelut Critiques de Livres Buchrezensionen Critica Literaria Book reviews Book reviews Recensioni di Libri Boekrecensies Critica de Libros
Critica Literaria